quarta-feira, 30 de junho de 2010
Aldeia da Luz
ALDEIA ALENTEJANA!
ÉS TU A SACRÍFICADA.
VAIS DEIXAR DE EXISTIR!
MAS SERÁS SEMPRE RECORDADA!
...MINHA ALDEIA DA LUZ!
TENHO DE ABANDONAR-TE!
OUTRA ALDEIA NÃO SEDUZ!
SOU OBRIGADA A DEIXAR-TE!
UMA NOVA ALDEIA FIZERAM!
PARA LÁ EU IREI VIVER.
COM TEU NOME A BAPTIZARAM!
MAS A TI JAMAIS VOU ESQUECER.
MUITAS PESSOAS TE VÊM ADMIRAR.
ÉS MAGESTOSA,ÉS UMA RAINHA!
PORQUE NÃO PODES AQUI FICAR?
MINHA ALDEIA PEQUENA,BRANQUINHA!
SUBMERSA NAS ÁGUAS DO ALQUEVA!
PORQUE O ALENTEJO PRECISA DE ÁGUA!
A SAUDADE A BARRAGEM NÃO LEVA!
MEU CORAÇÃO CHORARÁ DE MÁGOA.
ALDEIA DA LUZ SUBMERSA!
SÓ ME RESTA A CONSOLAÇÃO.
QUE UM DIA AQUI VIVI!
VIVI... DE ALMA E CORAÇÃO!
Leo Marques
domingo, 13 de junho de 2010
Monsaraz tens um castelo
Nas varandas
Que de ti demandam
Vislumbro o mundo inteiro
Vejo o Alqueva
Nos braços do Guadiana
Em traços do infinito
Sorri Mourão
No altar do seu castelo
Com Espanha ali ao lado
Aquelas aragens brandas
Que em ti jamais mandam
Refrescam-te do teu braseiro
Em ti nada enerva
A acalmia que de ti emana
Na beleza de que és perito
No alto da imensidão
Tens também teu castelo
No teu retrato aprumado
És património do mundo
Que a teus pés se ajoelha
Perante um solo fecundo
E um som por trás da orelha
Jamais se fica moribundo
Por baixo da tua telha
António MR Martins
2010.06.13
P. S. - Uma pequena dedicatória a uma terra alentejana que muito gosto.
sábado, 12 de junho de 2010
Compadre
Tantos compadres eu tenho
Amigos sim, outros não
Que o Alentejo é tamanho
De muita côdea de pão
De porco preto ou do branco
Como bebo do bonzinho
Não sou racista nem santo
Nem coirato de toucinho
De moros e cristianos
De dois lhe chamam baião
Noutras terras há muitos anos
Ao nosso arroz e feijão
Coisa que eu não sei fazer
Bailar bem o corridinho
Só se alguém me oferecer
Uma malga de bom vinho
José Brás
Alentejo
ALENTEJO PLANÍCE DOURADA.
COM TEUS CAMPOS FLORIDOS.
OUTRA BELEZA NÃO HÁ IGUAL!
...ÉS PINTURA DA NATUREZA.
QUE TEM O NOSSO PORTUGAL.
QUANDO CHEGA A PRIMAVERA
COMO É BELO O QUE VEJO.
SÃO AS CORES DO ARCO IRIS
CORES DO NOSSO ALENTEJO
ALENTEJO É UMA AGUARELA.
QUE DEUS MANDOU PINTAR!
É DAS TELAS MAIS BELAS,
QUE SE PODE ADMIRAR.
ALENTEJO TUAS VILAS E ALDEIAS,
são COM PINTURA ORIGINAL
CASAS DE BRANCO E AZUL CAIADAS
NOUTRA REGIÃO NÃO HÁ IGUAL.
Leo Marques
À procura de um poema
À procura de um poema
Percorri sete partidas
Naveguei por sete mares...
...Será que valeu a pena?
Que vale a pena lutar?
Poucas respostas sabidas
Medrança no perguntar.
Quem quiser vida sonhada
Muito deve caminhar
E quem procura poemas
Nunca mais irá parar.
Mas será que vale a pena?
Que vale a pena lutar?
Poucas respostas sabidas
Medrança no perguntar.
( Francisco José Lampreia )
Quadras soltas
Se o homem tivesse arte
Para ver o lado oposto,
Via paz em toda a parte
...E lavava mais o rosto.
Este mundo parece ter
Uma estranha semelhança,
Destinada a fazer ver
O que o homem não alcança.
Em cada história contada
Tudo se conta e resume,
À vantagem retirada
Do proveito e do ciúme.
Oiço falar em progresso
Aos que me falam de cor
Mas, depois de ouvir, lhes peço
Que me falem mais de amor.
O amor que queima e tece
As saudades repartidas,
É amor que não se esquece
Nem por duas ou três vidas.
Todos nos falam de Deus,
Com sublimes teorias;
Rogam em nome dos céus
Os seus favores e manias.
Se além da vida há eterno
E se Deus nos dá sentença,
Imagino que o inferno,
É maior do que se pensa.
Deus nos dê o seu perdão
E qualquer coisa divina,
Porque as voltas que se dão
São sempre a mesma rotina.
António Prates
Lágrimas de uma rosa
Olhando uma criança
Corre-me o pensamento
atrás de doce esperança!
estendo as mãos, os dedos,
...e solto os meus segredos:
Ter assim um filho,
eis meu desejo,
como aquele menino
que ali vejo.
Eu não acredito!
Eu não compreendo!
Que haja homens ou senhoras
que não desejem crianças,
moreninhas ou louras,
como aquela que estou vendo!
Francisco Miguel Duarte, poeta de Baleizão ( 1908- 1988 )
Talvez um dia
Talvez um dia te faça um poema...!
Talvez um dia te conte um conto...!
...
Porém, as letras vestem de espanto
Todas as rimas do mesmo tema...
Talvez um dia te faça um poema
Com as quatro letras da minha sina;
Cheio de graça, de sacarina
Vinda dos trechos de um nobre tema...
Talvez um dia seja um soneto
Que te descreve como eu te vejo...
Falo de amores, de um terno beijo
E das palavras a branco e preto...
Talvez um dia...!
António Prates
(In Sesta Grande)
Glosa
Mote
Pergunto ao vento que passa
Notícias
do meu País
O vento cala a desgraça
...O vento nada me diz
(Manuel
Alegre)
Glosas
1ª
Este
mote ouvi um dia
Numa canção bem cantada
E por mim considerada
Das
mais lindas que eu ouvia.
Quem fez esta poesia
Via o futuro sem
ter graça,
Sem algo que o satisfaça
No seu exílio infernal,
Notícias
de Portugal,
Pergunto ao vento que passa.
2ª
Sofreu,
não desesperou
Dum sofrimento tão vil,
Mas o 25 de Abril
Afinal
sempre chegou.
Satisfeito regressou
Considerou-se feliz
Por
ver o que sempre quis
- Em Portugal nova aurora –
Perguntava a
toda a hora
Notícias do meu País.
3ª
Dizia
Manuel Alegre
No seu exílio sombrio:
Se morrer, morro com brio
Sem
que à tristeza me entregue,
Por muito que alheio navegue
Sou quem
o exílio abraça,
Julgo o vento de má raça
Porque o é,
infelizmente.
De quem sofre injustamente,
O vento cala a
desgraça.
4ª
Sofreu com brio
e coragem
Esperava a todo o momento
Que até o próprio vento
Lhe
levasse uma mensagem.
Não o quero em desvantagem,
- Ponham-se as
pintas nos iis! –
Não sejamos imbecis
Deixemos de hipocrisia,
Lembrai-vos
quando ele dizia
O vento nada me diz!
Manuel
Inácio Veladas (Ti Limpas)
Manuel Inácio Veladas é natural de Ferreira de Capelins,
Alandroal, onde nasceu e reside há 76 anos de idade.
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